terça-feira, 14 de julho de 2009

O Sistema Solar

Ficheiro:Solar sys.jpg

O Sistema Solar é constituído pelo Sol e pelo conjunto dos corpos celestes que se encontram no seu campo gravítico, e que compreende os planetas, e uma miríade de outros objectos de menor dimensão entre os quais se contam os planetas anões e os corpos menores do Sistema Solar (asteróides, transneptunianos e cometas)

Ainda não se sabe, ao certo, como o sistema solar foi formado. Existem várias teorias, mas apenas uma é atualmente aceite. Trata-se da Teoria Nebular ou Hipótese Nebular.

O Sol começou a brilhar quando o núcleo atingiu 10 milhões de graus Celsius, temperatura suficiente para iniciar reações de fusão nuclear. A radiação acabou por gerar um vento solar muito forte, conhecido como "onda de choque", que espalhou o gás e poeira restantes das redondezas da estrela recém-nascida para os planetas que se acabaram de formar a partir de enormes colisões entre os protoplanetas.

Os planetas

Os principais elementos celestes que orbitam em torno do Sol são os oito planetas principais conhecidos atualmente cujas dimensões vão do gigante de gás Júpiter até ao pequeno e rochoso Mercúrio, que possui menos da metade do tamanho da Terra.

Até Agosto de 2006, quando a União Astronómica Internacional alterou a definição oficial do termo planeta, Plutão era considerado o nono planeta do Sistema Solar. Hoje é considerado um planeta anão, ou um planetóide, por ser muito pequeno.

Próximos do Sol encontram-se os quatro planetas telúricos, que são compostos de rochas e silicatos, são eles Mercúrio, Vénus, Terra e Marte. Depois da órbita de Marte encontram-se quatro planetas gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno), que são uma espécie de planetas colossais que se podem dividir em dois subgrupos: Júpiter-Saturno e Urano-Neptuno.

Mercúrio é o mais próximo do Sol, a uma distância de apenas 57,9 milhões de quilômetros, enquanto Neptuno está a cerca de 4500 milhões de quilômetros.

Os planetas do sistema solar são os oito astros que tradicionalmente são conhecidos como tal: Mercúrio (☿), Vénus (♀), Terra (♁), Marte (♂), Júpiter (♃), Saturno (♄), Urano (♅) e Neptuno (♆). Todos os planetas receberam nomes de deuses e deusas da mitologia greco-romana.

A dimensão astronômica das distâncias no espaço

Para uma noção da dimensão astronômica das distâncias no espaço deve-se fazer cálculos e usar um modelo que permita uma percepção mais clara do que está em jogo. Por exemplo, um modelo reduzido em que o Sol estaria representado por uma bola de futebol (de 22 cm de diâmetro). A essa escala, a Terra ficaria a 23,6 metros de distância e seria uma esfera com apenas 2 mm de diâmetro (a Lua ficaria a uns 5 cm da Terra, e teria um diâmetro de uns 0,5 mm). Júpiter e Saturno seriam berlindes com cerca de 2 cm de diâmetro, respectivamente a 123 e a 226 metros do Sol. Plutão ficaria a 931 metros do Sol, com cerca de 0.36 mm de diâmetro. Quanto à estrela mais próxima, a Proxima Centauri, essa estaria a 6332 km do Sol, enquanto a estrela Sírio a 13150 km.

Se o tempo de uma viagem da Terra à Lua, a cerca de 257 000 km/hora, fosse de uma hora e um quarto, levaria-se cerca de três semanas terrestres para se ir da Terra ao Sol, 3 meses se ir a Júpiter, sete meses para Saturno e cerca de dois anos e meio a chegar a Plutão e deixar o nosso sistema solar. A partir daí, a essa velocidade, levar-se-ia 17 600 anos até chegar à estrela mais próxima, e 35 000 anos até Sírio.

Os planetas anões

Planeta anão é um corpo celeste muito semelhante a um planeta, dado que orbita em volta do Sol e possui gravidade suficiente para assumir uma forma com equilíbrio hidrostático (aproximadamente esférica), porém não possui uma órbita desempedida, orbitando com milhares de outros pequenos corpos celestes.

Ceres, que até meados do século XIX era considerado um planeta principal, orbita numa região do sistema solar conhecida como cinturão de asteróides. Por fim, nos confins do sistema solar, para além da órbita de Netuno, numa imensa região de corpos celestes gelados, encontram-se Plutão e o recentemente descoberto Éris. Até 2006, considerava-se, também, Plutão como um dos planetas principais. Hoje, Plutão, Ceres, Éris, Makemake e Haumea são considerados como "planetas anões".

As luas e os anéis

Satélites naturais ou luas são objetos de dimensões consideráveis que orbitam os planetas. Compreendem pequenos astros capturados da cintura de asteróides, como as luas de Marte e dos planetas gasosos, até astros capturados da cintura de Kuiper como o caso de Tritão no caso de Neptuno ou até mesmo astros formados a partir do próprio planeta através do impacto de um protoplaneta, como o caso da Lua da Terra.

Os planetas gasosos têm pequenas partículas de pó e gelo que os orbitam em enormes quantidades, são os chamados anéis planetários, os mais famosos são os anéis de Saturno.

Corpos menores

A classe de astros chamados "corpos menores do sistema solar" inclui vários objetos diferenciados como são os asteróides, os transneptunianos, os cometas e outros pequenos corpos.

Asteróides

Representação do sistema solar.

Os asteróides são astros menores do que os planetas, normalmente em forma de batata, encontrando-se na maioria na órbita entre Marte e Júpiter e são compostos por partes significativas de minerais não-voláteis. Estes são subdivididos em grupos e famílias de asteróides baseados em características orbitais específicas. Nota-se que existem luas de asteróides, que são asteróides que orbitam asteróides maiores, que, por vezes, são quase do mesmo tamanho do asteróide que orbitam.

Os asteróides troianos estão localizados nos pontos de Lagrange dos planetas, e orbitam o Sol na mesma órbita que um planeta, à frente e atrás deste.

As sementes das quais os planetas se originaram são chamadas de planetésimos: são corpos subplanetários que existiram durante os primeiros anos do sistema solar e que não existem no sistema solar recente. O nome é também usado por vezes para referir os asteróides e os cometas em geral ou para asteróides com menos de 10 km de diâmetro.

Centauros

Os centauros são astros gelados semelhantes a cometas que têm órbitas menos excêntricas e que permanecem na região entre Júpiter e Netuno, mas são muito maiores que os cometas. O primeiro a ser descoberto foi Quíron, que tem propriedades parecidas com as de um cometa e de um asteróide.

Transneptunianos

Os transneptunianos são corpos celestes gelados cuja distância média ao Sol encontra-se para além da órbita de Neptuno, com órbitas superiores a 200 anos e são semelhantes aos centauros.

Pensa-se que os cometas de curto período sejam originários desta região. Os planetas anões Plutão e Éris encontram-se, também, nesta região.

O primeiro transnetuniano foi descoberto em 1992. No entanto, Plutão, que já era conhecido há quase um século, orbita nesta região do sistema solar.

Cometas

A maioria dos cometas tem três partes: 1. um núcleo sólido ou centro; 2. uma cabeleira, ou cabeça redonda que envolve o núcleo e consiste em partículas de poeira misturadas com água, metano e amoníaco congelados; e 3. uma longa cauda de poeira e gases que escapam da cabeleira.

Os cometas são compostos largamente por gelos voláteis e com órbitas bastante excêntricas, geralmente com um periélio dentro das órbitas dos planetas interior e com afélio para além de Plutão. Cometas com pequenos períodos também existem; contudo, os cometas mais velhos que perderam todo o seu material volátil são categorizados como asteróides. Alguns cometas com órbitas hiperbólicas podem ter sido originados de fora do sistema solar.

De momento, os astros da nuvem de Oort são hipotéticos e encontram-se em órbitas entre os 50 000 e os 100 000 UA, e pensa-se que esta região é a origem dos cometas de longo período.

O novo planetóide Sedna com uma órbita bastante elíptica que se estende por cerca de 76 a 928 UA, não entra como é óbvio nesta categoria, mas os seus descobridores argumentam que deveria ser considerado parte da nuvem de Oort.

Meteoróides

Os meteoróides são astros com dimensão entre 50 metros até partículas tão pequenas como pó. Astros maiores que 50 metros são conhecidos como asteróides. Controversa continua a dimensão máxima de um asteróide e mínima de um planeta. Um meteoróide que atravesse a atmosfera da Terra passa a se denominar meteoro; caso chegue ao solo, chama-se meteorito.

Principais corpos do Sistema Solar

Pos.  ↓
Corpo celeste  ↓
Imagem  ↓
Diâmetro (km)  ↓
Diâmetro (vs. Terra)  ↓
Volume ( mil milhões km³)  ↓
Tipo  ↓

1
Sol

1 392 000,0
109,25
1412 milhões
estrela

2
Júpiter

139 822,0
10,97
1 431 280
planeta

3
Saturno

116 464,0
9,14
827 130
planeta

4
Urano

50 724,0
3,98
68 340
planeta

5
Neptuno

49 244,0
3,87
62 540
planeta

6
Terra

12 742,0
1
1083,21
planeta

7
Vénus

12 103,6
95,0%
928,43
planeta

8
Marte

6780,0
53,2%
163,18
planeta

9
Ganímedes*

5 262,4
41,3%
76,30
satélite natural

10
Titã*

5150,0
40,4%
71,52
satélite natural

11
Mercúrio

4 879,4
38,3%
60,83
planeta

12
Calisto*

4 820,6
37,8%
58,65
satélite natural

13
Io*

3 643,0
28,6%
25,32
satélite natural

14
Lua

3 474,2
27,3%
21,958
satélite natural

15
Europa*

3122,0
24,5%
15,93
satélite natural

16
Éris***
3000 ± 400
Planeta anão

17
Tritão*

2 706,8
21,2%
10,38
satélite natural

18
Plutão****

2 306
18,1%
6,39
Planeta anão

19
2005 FY9***

1600-2000
Transneptuniano

20
Titânia**
1 577,8
12,4%
2,06
satélite natural

21
Reia**

1528,0
12,0%
1,87
satélite natural

22
Oberon*

1 522,8
12,0%
1,85
satélite natural

23
2003 EL61***
~1490 (1960 x 1518 x 996)
Transneptuniano

24
Sedna***
1180-1800
Transneptuniano

25
Jápeto*

1 436,0
11,3%
1,55
satélite natural

26
Orco***
840-1880
Transneptuniano

27
Caronte*
1 186
9,3%
0,87
satélite natural

28
Umbriel*

1169,4
9,2%
0,84
satélite natural

29
Quaoar*
990-1346
Transneptuniano

30
Ariel**

1 157,8
9,1%
0,81
satélite natural

31
Dione*

1 120,0
8,8%
0,73
satélite natural

32
Tétis**

1 060
8,3%
0,624
satélite natural

33
Ceres**

950
7,6%
0,437
Planeta anão

34
Ixion*
930
7,3%
0,421
Transneptuniano

35
2002 UX25***
~900
Transneptuniano

36
Varuna*
760-1020
8,3%
0,624
Transneptuniano

37
2002 AW197***
700±50
Transneptuniano

38
2004 XR190***
500-1000
Transneptuniano

39
1996 TL66***
~632
Transneptuniano

40
Caos***
~560
Transneptuniano

41
Vesta**

530
4,2%
0,078
asteróide

42
Palas**
530
4,2%
0,078
asteróide

43
Encélado**

504.2
3,9%
0,067
satélite natural

44
Huya***
300-700
Transneptuniano

45
Miranda**

471.6
3,7%
0,055
satélite natural

46
Proteu**

418
3,3%
0,038
satélite natural

47
Hígia**
410
3,2%
0,036
asteróide

48
Mimas**

397,2
3,1%
0,033
satélite natural

* Usando diâmetro equatorial e assumindo que o corpo é esférico
** Assumindo que o corpo é esferóide
*** Diâmetro é conhecido de forma apenas muito aproximada
**** Não é considerado um planeta clássico

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